INTRODUÇÃO
O avanço das tecnologias,
principalmente a partir do terceiro milênio é a razão oportuna para abordar um
tema de tamanha relevância social e que, para muitos profissionais da educação
constitui um assunto de profunda complexidade e consequentemente de pouco
interesse: o uso de aparelhos tecnológicos como ferramenta pedagógica. Aliados
dos estudantes, aparelhos como: celular, tablete, notebook entre outros, ainda
são desafios enfrentados pelos professores no exercício da função
ensino-aprendizagem.
Esse trabalho trata da necessidade
urgente de chamar a atenção dos docentes para a introdução dessas tecnologias
em sala de aula. Frente a esta ideia, está à possibilidade do aluno utilizar o
celular para desenvolver atividades de tendências inovadoras, como elaboração e
produção de vídeos, partindo da escolha de roteiros com os assuntos aplicados
em sala, associadas a teorias de aprendizagem que desperte o interesse do
professor de educar para evoluir. Serão mostradas também as consequências do
uso inadequado dessas tecnologias e as controvérsias para se adequar ao
processo ensino-aprendizagem.
O USO DO CELULAR COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
Nos dias atuais não é mais novidade
encontrarmos jovens e até mesmo crianças de posse de um aparelho celular,
apesar de sua principal função, fazer e receber ligações, os celulares atraem
esse público principalmente pelos diversos aplicativos encontrados nos smartphones, preferência do público jovem.
Inserir o celular como ferramenta
pedagógica nas escolas ainda é um desafio, mas não se pode coibir essa
possibilidade, afinal é preciso encontrar uma forma de unir o útil ao agradável. Ao invés de
proibir o uso do celular, as escolas deveriam incorporá-lo como um recurso que
já tem uma forte ligação com a rotina dos estudantes e essa rotina atinge tanto
alunos de escolas particulares com de escolas públicas. Neste sentindo, uma
pesquisa realizada pelo CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento),
com estudantes do Ensino Médio, com faixa etária
entre 15 e 19 anos, residentes em São Paulo e Recife e renda familiar inferior
a R$ 2,5 mil, quase 60% possuem um celular ou tablete com acesso à Internet e
mais de um quarto deles já os utilizou para estudar e realizar atividades
escolares. Para Kenski, “Assim como na guerra, a tecnologia também é essencial
para a educação. Ou melhor, educação e tecnologias são indissociáveis”.
Com o advento das
tecnologias muitos professores ficaram instáveis, criando certa resistência em
adotar essas inovadoras tecnologias como ferramenta pedagógica e como hoje as
pessoas já nascem inseridas nesse cotidiano tecnológico, é preciso que esses
profissionais interajam e busquem conhecer essas ferramentas para que dessa
forma possam utilizá-las acompanhando as inovações que evoluem com muita
rapidez.
Adotar as
tecnologias digitais na educação é sem dúvida um desafio, mas vale a pena
inovar, buscando propostas de transformação com práticas metodológicas com a
realidade do aluno, onde a aprendizagem se desenvolva de forma crítica e que o
aluno tenha mais espaço para desenvolver seus conhecimentos. Segundo a ideia de
Jean Piaget:
“A principal meta da
educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar
mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a
elas se propõe.”
Com base nessas
propostas, os profissionais da educação precisam buscar conhecer, avaliar e
adotar o celular como ferramenta pedagógica e com um trabalho de
conscientização de que este aparelho pode permitir
aos alunos pesquisa na internet,
criação de textos, gravar vídeos, tirar fotos, produzir podcasts, armazenar
dados que irão tornar o processo de ensino aprendizado muito mais empolgante.
O USO INADEQUADO DO CELULAR EM SALA DE AULA
O uso do celular
em sala de aula pode trazer vários problemas, um deles trata-se da dispersão do
aluno durante a aula, aplicativos com whatsapp, um dos mais usados atualmente,
é um grande vilão dessa dispersão, pois os jovens não se controlam e querem
está conectados a todo o momento.
Outra preocupação com o uso do celular em sala de
aula é de que o professor transfira para o aluno toda a responsabilidade das
atividades e que sua aula acabe sendo vaga e sem conteúdo. É preciso que o educador tenha muita cautela
no uso dessas tecnologias para que não se tornem um habito e acabe prejudicando
a aprendizagem dos discentes, essas ferramentas não podem ser usadas
indiscriminadamente, ou seja, seu manuseio deve ser associado a um planejamento
pedagógico prévio, com determinação de tempo para a execução das atividades
para que essa prática não se transforme em mera enrolação e exceda aulas, pois
isso prejudicaria o desenvolvimento dos demais conteúdos a serem abordados nos
semestres ou unidades posteriores.
Para que o uso do celular em sala de aula tenha
sucesso, é preciso uma campanha de conscientização tanto por parte do professor
quanto do aluno, baseando-se apenas o seu uso em atividades que objetivem a
expansão do conhecimento e a aplicação de uma metodologia que atraia os alunos
a expressarem seu pensamento e ideias em diferentes
linguagens.
EDUCAÇÃO NO USO E PARA O USO DAS TECNOLOGIAS
As tecnologias fazem parte da vida
do homem desde muito tempo, assim o homem entendeu a necessidade de desenvolver
recursos que os auxiliasse em suas tarefas, que facilitassem suas atividades,
como por exemplo: um galho de árvore para derrubar uma fruta que estivasse fora
do alcance de suas mãos.
Com o passar do tempo o uso das
tecnologias se tornou cada vez mais necessário o que fez com que investimentos
e pesquisas, fossem dedicados a essa matéria e novas tecnologias foram
desenvolvidas, permitindo ao homem morar, plantar, trafegar em locais aos quais
seria impossível realizar tais atividades sem a utilização das mesmas.
No entanto não basta desenvolver
tecnologias é preciso saber usa-las para que elas sejam de fato proveitosas ao
homem, e parte daí a necessidade da educação. Toda a tecnologia do mundo seria
ineficaz se não houvesse professores preparando usuários para a mesma. Segundo
Kenski, para que novas tecnologias sejam utilizadas se faz necessário conhecer
os seus usos.
Não basta adquirir a máquina, é preciso
aprender a utilizá- la, as melhores maneiras de obter da máquina auxílio nas
necessidades de seu usuário. É preciso buscar informações, realizar cursos,
pedir ajuda aos mais experientes, enfim, utilizar os mais diferentes meios para
aprender a se relacionar coma inovação e ir além, começar a criar novas formas de
uso daí gerar outras utilizações. KENSKI, 2010.
A tecnologia hoje se faz presente
em todos os seguimentos: Medicina, Agricultura, Engenharia, Guerra, dentre
outras e como não poderia ser diferente foram criadas novas tecnologias no
processo Ensino- Aprendizagem, ou seja, em Educação. As Tics( Tecnologias da
Informação e Comunicação), deram uma nova visão ao processo de educação.
Critérios como: organização do espaço, do tempo o número de alunos, tiveram
mudanças significativas, tanto para alunos como para professores, depois dessa
inserção tecnológica.
O vídeo é um instrumento dinâmico e
sensorial, ele trabalha varias formas de linguagem, as linguagens falada, escrita,
visual e musical que são muito importantes no processo de aprendizagem por
facilitarem a mediação do conhecimento isso possibilita
uma maior integração em sala de aula, pois essa ferramenta
pode ser usada com turma de alunos cegos e surdos.
O uso do vídeo pelo professor traz
benefícios enriquecedores para sua aula, como a motivação e interesse do aluno,
fixação de conteúdos, desenvolvimento da criatividade e da comunicação do
aluno, além de ser um auxilio das aulas expositivas e uma complementação do
discurso do professor o vídeo também traz a realidade para a sala de aula.
O USO INADEQUADO DOS VÍDEOS EM SALA DE AULA
O uso de vídeos em sala de aula é
uma metodologia que possibilita o aluno a visualização direta dos conteúdos
apresentados em sala de aula, mas como qualquer outra ferramenta tecnológica é
preciso prudência no seu uso. Os professores que adotam os vídeos em sala de
aula precisam fazer um planejamento prévio dos objetivos a serem alcançados ao
se utilizar essa tecnologia, pois estes podem ter efeito contrário no processo
ensino-aprendizagem. De acordo com Moran: “O uso exagerado do vídeo diminui a
sua eficácia e empobrece as aulas”.
Os vídeos em sala de aula são
inadequados quando estes são usados para “tapar buracos”, termo usado para
substituir a ausência do professor. Quando são exibidos sem nenhuma relação com
o conteúdo da disciplina, camuflando o que realmente deveria ser abordado.
O professor não pode se empolgar
com o uso dos vídeos em sala de aula e acabar usando essa tecnologia de forma
repetitiva, esquecendo outras dinâmicas que se adequem melhor a certos
conteúdos.
Uma vez exibido em sala de aula
como ferramenta pedagógica, os vídeos devem ser explicados e discutidos no
ambiente escolar, para que dessa forma o aluno entenda a verdadeira importância
do seu uso, pois passar um vídeo só para acompanhar o avanço tecnológico, sem
nenhum fundamento, não acrescenta em nada a aprendizagem do aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ponto fundamental desse trabalho foi mostrar
o quanto é importante o uso de tecnologias em sala de aula, especialmente os aparelhos de celular e similares, bem como
a utilização de vídeos, sendo uma ferramenta concreta no processo ensino
aprendizagem.
Neste sentindo, consideramos que o
a criação de vídeos, quanto o uso pré-estabelecido do celular em sala de aula é
um caminho a ser seguido pelos professores, além de uma tendência. Depende
exclusivamente destes profissionais da educação essa prática inovadora, por
isso precisam ser alvos diretos desse processo.
Acreditamos que o uso de vídeos na
sala de aula tem se destacado muito, em decorrência de ser uma tecnologia de
fácil acesso e criação, mesmo com os professores tendo dificuldades em
incorporá-los como um recurso educacional.
A apropriação do docente a estas
tecnologias precisa ser real, percebendo os ganhos diretos adquiridos. Não pode
ser mal direcionadas, pois se acontecer gerará um grande mal estar entre
educando e educador. O professor é o ator principal nesta tarefa de inserção
controlada dessa tecnologia na sala de aula.
Por fim, a utilização do celular e
aplicação de vídeos no processo ensino aprendizagem pode ser um eixo de conexão
entre o aluno com o mundo, obtendo o que há de mais significativo. Motivação é
uma palavra chave quando se trata de novas tecnologias, é preciso entendê-las e
experimentá-las, aproveitando todas as suas possibilidades.
REFERÊNCIAS
ALLAN, Luciana. A proibição do celular nas escolas faz sentido? escola // organização
social. Disponível em:<
<http://porvir.org/porpensar/proibicao-celular-nas-escolas-faz-sentido/20130730>
Acessado em 11/06/2014
MORAN,
José Manoel. O vídeo na sala de aula. São Paulo. Jan/abr. 1995. Disponível em:
< http://extensao.fecap.br/artigoteca/Art_015.pdf > Acessado em
10/06/2014.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo
da informação. Campinas: Papirus, 2008